REVIEW: IT'S KIND OF A FUNNY STORY

Livro: It's kind of a funny story

Autor: Ned Vizzini

Número de páginas: 444

Editora: Miramax Books

Idioma: Inglês (nível médio)

Parte da sinopse (traduzida por mim):

Ambicioso adolescente Craig Gilner, morador de Nova York, está determinado a ter sucesso na vida – o que significa entrar para o colégio certo, para ingressar na faculdade certa, para conseguir o emprego certo. Mas, uma vez que Craig entra para Manhattan's Executive Pre-Professional High School, a pressão se torna insuportável. Ele para de comer e dormir até que, numa noite, quase comete suicídio.

Descobri este livro por acaso. Eu estava assistindo a um filme (Se Enlouquecer não se Apaixone), e, quando este acabou, logo no início dos créditos dizia que ele havia sido baseado em um romance de Ned Vizzini. Como eu havia gostado do filme (nada espetacular, mas uma boa distração), logo fui pesquisar sobre o tal livro. Fiquei um pouco decepcionado com o fato de ter de importá-lo, já que o livro não havia sido publicado por aqui. De qualquer maneira, comprei-o e, pouco mais de um mês depois, o livro chegou.

“Eu sei. Eu não sei como posso ser tão ambicioso e preguiçoso ao mesmo tempo.

Eu lhe direi como, soldado. É porque você não é ambicioso. Você é apenas preguiçoso”

It's kind of a funny story conta a estória de Craig, um adolescente que, assim como muitos outros, sofreu muita pressão para entrar em um bom colégio. Uma vez atingido tal objetivo, passou a sofrer pressão para tirar ótimas notas, para assim conseguir ingressar em uma boa faculdade. Craig, porém, não consegue lidar bem com toda essa situação e acaba entrando em depressão.

“Eu tomava Zoloft todos os dias. Uns dias eu acordava e saía da cama e escovava os dentes como qualquer ser humano normal; outros dias eu acordava e continuava deitado olhando para o teto e me perguntava qual era o motivo de sair da cama e escovar os dentes como qualquer ser humano normal.”

Eu esperava um livro não muito grande. Porém, apesar de não aparentar, o livro possui 444 páginas. Claro, vale ressaltar que o espaçamento e o tamanho da letra são generosos, o que faz a leitura ser bem rápida e agradável. Como o livro é narrado em primeira pessoa, acabamos conhecendo (e muito) como funciona a cabeça de Craig. Boa parte da apresentação do livro gira em torno de Craig e seus pensamentos/sentimentos. Confesso que chegou a um ponto que isso começou a me aborrecer, mas por sorte logo a estória começou a evoluir e a me cativar.

“A vida não é sobre se sentir melhor; ela é sobre ter o trabalho feito.”

Chega uma hora que você começa a se afeiçoar de uma maneira incrível aos personagens (e suas respectivas loucuras) que estão ao redor de Craig, e fica quase impossível largar o livro, que trata de um tema delicado (doenças mentais e afins), mas consegue fazê-lo com maestria. A capa tem absolutamente tudo a ver com a estória, mas não vou contar o motivo para não passar spoilers. Também devo dizer que a sinopse na contra-capa do livro conta as primeiras cento e cinquenta páginas do livro (por isso eu resumi a sinopse); para mim, porém, não fez diferença alguma, já que eu havia assistido ao filme.

“Ela sorri e seus cortes delineiam seu rosto como um bigode de gato. – Astucioso.

–Eu sou um cara – eu digo.

–E eu odeio garotos – ela diz.

–Mas um cara é diferente – eu digo.

–Talvez um pouquinho – ela diz.”

Comparando o livro ao filme, eu acho que ficaria com o livro, por este apresentar situações menos surreais que o filme. Também há diferenças enormes do livro para a adaptação; esta última, por exemplo, dá um destaque gigantesco para um personagem que no livro aparece tanto quanto os outros (senão até menos). E foi justamente do destaque de tal personagem que eu senti falta no livro. Também não poderia deixar de fora da resenha que o autor, Ned Vizzini, passou cinco dias em uma ala psiquiátrica para adultos, e, uma semana depois, começou a escrever este livro.

Recomendo demais o livro!!

NOTA: 4 de 5 estrelas.

P.S.: Aqui está o trailer do filme (que tem um nome horrível) baseado no livro: