segunda-feira, 7 de maio de 2012

REVIEW: FEIOS


Livro: Feios, primeiro livro da série de mesmo nome
Título original: Uglies
Autor: Scott Westerfeld
Número de páginas: 415
Editora: Galera Record

Sinopse:
Tally está prestes a completar 16 anos, e ela mal pode esperar. Não por sua carteira de motorista – mas para se tornar bonita. No mundo de Tally, seu aniversário de 16 anos traz uma operação que torna você de uma horripilante pessoa feia para uma maravilhosa pessoa linda e te leva para um paraíso de alta tecnologia onde seu único trabalho é se divertir muito. Em apenas algumas semanas Tally estará lá. Mas a nova amiga de Tally, Shay, não tem certeza se ela quer ser bonita. Ela prefere arriscar sua vida do lado de fora. Quando ela foge, Tally aprende sobre um lado totalmente novo do mundo dos bonitos – que não é tão bonito assim. As autoridades oferecem a Tally sua pior escolha: encontrar sua amiga e a entregar, ou nunca se transformar em uma pessoa bonita. A escolha de Tally faz sua vida mudar pra sempre.

Feios é uma distopia que conta a estória de Tally, que, como está escrito na sinopse, mal pode esperar para completar dezesseis anos. A explicação é que nesse mundo futurístico quem completa tal idade passa por uma operação para se tornar perfeito.

Os perfeitos moram na vila Nova Perfeição, ao passo que os perfeitos de mais idade moram na Vila dos Coroas. Já os ainda não transformados, denominados feios (por meramente serem normais), moram na Vila Feia e são estritamente proibidos de entrar em Nova Perfeição (o que não significa que isso não aconteça). Nesse lugar, os perfeitos vivem uma vida repleta de glamour e festas, sem cobrança alguma, ou seja uma vida aparentemente perfeita.

Porém, nem tudo é o que parece ser: o que haverá por trás de toda aquela diversão infindável em Nova Perfeição?

Diferente de outros livros futurísticos (como Destino ou Jogos Vorazes), Feios é basicamente como as pessoas imaginam como será o futuro daqui a cem anos: pessoas se deslocando por meio de pranchas voadoras, pílulas de escovar os dentes, e coisas desse tipo. Talvez tenha sido isso o que mais me desgostou: esse ar de filme de ficção científica barato.


O livro é dividido em três partes e possui capítulos pequenos, o que faria com que a leitura fosse rápida e não cansativa ao leitor se não fosse pelo estilo de narrativa do autor.

Essa tal narrativa em terceira pessoa de Westerfeld me incomodou um pouco: em algumas partes ela soa um pouco artificial e forçada, como a comparação do céu com vômito de gato, logo nas primeiras páginas. E, mesmo no clímax do livro, ela ainda estava a me importunar.

Por causa da narrativa, fiquei preocupado com a construção dos personagens. E, em parte, eu tinha mesmo que me preocupar. Tally, a personagem principal, não conseguiu me conquistar, demonstrando falta de carisma e certa deslealdade ao longo da estória. Mas felizmente alguns personagens se salvam, como a fabulosa Shay, que, na minha opinião, poderia ser a personagem principal da estória.

O motivo para alcançar uma homogeneidade na aparência através de uma operação tem uma explicação plausível e bem interessante.

Em síntese, Feios tem um ótimo plano de fundo que poderia ter sido melhor aproveitado. Eu queria muito poder dizer que o livro é fabuloso, mas com todos esses pontos negativos o máximo que posso dizer do mesmo é que ele é ok.

NOTA: 2,5 de 5 estrelas

4 comentários:

  1. Gostei de seu ponto de vista bem explicado. Os livros da Novo Conceito são tão lidos pelos blogs e tão bem elogiados, que chega enjoar olhar para mesma capa durante meses...Você não gostou muito como tantos outros amaram...
    é bom para quebrar a ilusão que o marketing tenta impor: que o livro é tão bom, mas tão bom que tdo mundo está lendo!
    Penso diferente: se alguém se joga da ponte, eu vou me jogar também?(...)
    Não acho que uma narrativa em 3º pessoa seja ruim. Mas se a escrita foi ruim independente de qual classe da pessoa.
    SE tem algo que incomoda até o fim, é quando a leitura é maçante. Mesmo com os grandes acontecimentos, tudo meio forçado...

    Abraços

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    1. Thata, concordo com tudo que você disse. =) Também não acho que narrativa em 3ª pessoa seja ruim; muito pelo contrário: os livro que eu mais gosto (HP) possuem esse estilo de narrativa. Mas o problema é quando praticamente tudo que o autor escreve parece forçado...

      Vou ler perfeitos em breve, mas só porque estou um pouco curioso com o rumo da estória. Apenas isso. E espero imensamente que o segundo livro seja uma leitura melhor (mesmo que isso seja difícil de acontecer).

      Abraços. =)

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  2. Em março o Submarino tinha lançado uma promoção que os três livros dessa série saiam por 50 realidades. Fiquei louca e fui pesquisar um pouco mais, então baixei um ebook pra ver se a historia me prendia até a página 50, que é meu parâmetro pra saber se vou continuar a ler ou não. Nesse caso, não.
    Acho difícil continuar a história quando a personagem principal não conquista de cara. Mesmo sabendo, por resenhas, que o livro tem uma certa "moral da história" e é uma crítica a nossa sociedade que põe a beleza num pedestal, ele não me interessou a ponto de eu ficar martelando a história na cabeça ao ir dormir.
    Ou seja, não comprei os 3 livros de Feios e gastei os 50 reais no O Nome do Vento, que é muito FANTÁSTICO!!!!!!!!
    Adoro suas resenhas, elas são muito bem feitas! :)

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    1. Thais, como eu disse no comentário acima, vou continuar a ler a série por dois motivos: quero ver o rumo que a estória toma e porque eu já tenho as duas outras sequências. Mas, sinceramente, se eu já não tivesse Perfeitos e Especiais acho que eu não daria à série mais uma chance não...

      Ah, obrigado pela dica; ainda não li O Nome do Vento. =)

      Que bom que vc gosta das minhas resenhas; é muito bom ter nosso trabalho reconhecido, haha =)

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