segunda-feira, 29 de abril de 2013

REVIEW: FILHA DA FLORESTA

Livro: Filha da Floresta 
Título original: Daughter of the Forest
Autora: Juliet Marillier
Número de páginas: 597
Editora: Butterfly

Sinopse:
O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos. 

Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção.

Filha da Floresta é um calhamaço de quase 600 páginas, primeiro livro volume da trilogia Sevenwaters, da escritora Juliet Marillier. O livro é dividido em apenas 16 capítulos e um epílogo, o que resulta em capítulos bem extensos (alguns chegam a 50 páginas). No início, o leitor pode até se assustar, mas depois que mergulha no universo mágico e histórico criado pela escritora, percebe que o livro nada tem de cansativo. Muito pelo contrário: a leitura é simplesmente mágica. A narrativa em primeira pessoa oferece ao leitor a visão única da personagem principal, Sorcha (pronuncia-se Sorca , segundo uma nota da autora).

Sorcha, sétima filha de Lorde Colum, começa a estória com doze anos. Mas, mesmo sendo apenas uma criança, recebe um fardo que a fará amadurecer muito em pouquíssimo tempo. A forma como narra os episódios por que passou é instigante, real. Aliás, esse é um dos maiores destaques da personagem: o tom realístico que possui, o que pode até mesmo soar um pouco contraditório, visto que a estória se passa em um mundo onde se encontram feiticeiras e misteriosos seres da floresta.

Há muito adjetivos que poderiam ser associados ao livro, e um deles é cruel. Na estória, há partes tão cruéis, tão desumanas (uma em especial), que chegam a ser chocantes para o leitor. Também é muito interessante notar as relações que a personagem principal constrói com as pessoas ao seu redor - até mesmo com aquelas que ela deveria repudiar por tradição. 

Um dos obstáculos (por falta de palavra melhor) que o leitor encontrará na leitura - ao menos foi o que aconteceu comigo - é o processo de conhecimento e memorização do esquema nome-personagem. Eles são muitos, e seus nomes nem sempre são fáceis de guardar. Por exemplo, Sorcha tem seis irmãos, como dito na sinopse. Assim, possivelmente o leitor terá uma certa dificuldade em lembrar quem é o primogênito, quem nasceu em segundo, e aí por diante...

O livro foi lançado por aqui pela editora Butterfly, ainda pouco conhecida pelos leitores. Aliás, eles recentemente anunciaram o lançamento do segundo livro da trilogia, Filho das Sombras, para junho deste ano.

A edição brasileira recebeu uma diagramação caprichada. Infelizmente, a revisão da tradução não recebeu o mesmo tratamento. O livro possui erros de digitação em várias partes. Porém, mesmo sendo um pouco chato dar de cara com eles no meio de uma leitura empolgante, eles não atrapalham a compreensão da estória.

Em suma, Filha da Floresta foi um livro maravilhoso! Tão, mas tão bom, que até mesmo é difícil encontrar as palavras certas para descrevê-lo. Com seus personagens e enredo muito bem construídos, Filha da Floresta já é um dos melhores livros lidos por mim em 2013. 

Nota: 5 de 5 estrelas (Must-read).

Obs.: para quem não sabe, Filha da Floresta foi baseado no conto dos Irmãos Grimm Os Seis Cisnes (também conhecido como Os Cisnes Selvanens).

Obs. 2: nenhuma obra da escritora Juliet Marillier havia sido publicada por aqui até a editora Butterfly publicar Filha da Floresta.

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